Nesta noite, 17 de novembro, a proposta da última palestra da XII Semana da Filosofia é o tema A Arte do Diálogo: como desenvolver uma saudável tolerância.
O professor Márcio Zomer Alves introduz a palestra falando sobre um dos homens mais sábios da Grécia e, por contradição, analfabeto: Sócrates.
Zomer pontua que as muitas obras de Platão são em forma de diálogo, realizado entre Sócrates e os Sofistas. “Em Sofistas: parece-me existir uma espécie de ignorância que é a maior e a mais perigosa… a que não sabe e crê saber. Sobre isso, os sofismas e os sofistas tem sido causas de muitos dos problemas e dores de todas as épocas, principalmente no nosso mundo atual”, completa o palestrante.
Traz ao público também a etimologia da palavra tolerância, do latim tolerare, que é a capacidade de suportar e aceitar. “Se observarmos, a cada dia se pede mais tolerância entre os homens, mas parece que a cada dia nasce mais intolerância”, diz Verônica, visitante que assistia a palestra.
O palestrante rememora que tolerar não é aceitar tudo, mas sim, desenvolver o que os filósofos chamam de uma tolerância ativa. “Quando há intolerância ou uma tolerância passiva, o ser humano pode perder o senso de quem ele realmente é, até o ponto de achar que a vida não tem sentido”, assinala.
Daí o importante papel educacional de todas as Escolas de Filosofia à Maneira Clássica, que sempre foi o de resgatar conceitos, em especial sobre quem nós somos, de onde viemos e para onde vamos. “Se perdemos o referencial, significa que estamos perdendo algo de algum lugar; o que significa que estes conceitos e referenciais já existiram em alguma civilização. Então, saber que homens do passado tinham referenciais de solidariedade e tolerância, me fez enxergar a filosofia como um método educacional inteligente”, acrescenta Douglas, que também esteve na palestra.
“A proposta da Filosofia à Maneira Clássica não é discutir opiniões, mas acessar ideias e transformar nossas vidas, construindo um homem cada dia mais generoso e bondoso”, diz Zomer. “A tecnologia utilizada pelos Sábios para acessar as ideias sempre foi o diálogo”, conclui.
Acrescenta que o diálogo apresenta quatro partes (proposição, afirmação, negação e resolução) e fala de uma premissa importante: para encontrar o conceito, deve existir um ponto em comum entre duas ou mais pessoas.
É baseado neste mecanismo entre duas ou mais inteligências que Nova Acrópole como uma Escola de Filosofia à Maneira Clássica tem a proposta de despertar boas perguntas para encontrar sábias respostas para as questões fundamentais da vida humana, além de despertar e cultivar os potenciais humanos. É uma filosofia ativa, e o filósofo é aquele que procura viver na prática o que aprende na teoria.
“É próprio do filósofo desenvolver a capacidade de amar. É daí que vem a origem da palavra Filosofia, ou seja, um sincero amor à Sabedoria”, finaliza o palestrante.