No mês de maio, recordamos o nascimento e a morte de um grande filósofo, o professor Michel Echenique Isasa. Nasceu em Clemont Ferrant na França, em 1949, obteve posteriormente naturalidade espanhola. Formou-se em filosofia, e em filosofia das artes marciais pela Organização Internacional Nova Acrópole. Durante mais de 30 anos, dedicou-se a ensinar a Filosofia à Maneira Clássica em sua proposta prática e formativa de auxiliar o ser humano a se conhecer melhor e a se aperfeiçoar.
Desenvolveu sua experiência no conhecimento de técnicas mentais e físicas orientais: tibetanas, chinesas, japonesas, coreanas e ministrou inúmeros cursos e conferências em diferentes países da América e da Europa. Fundou e dirigiu o Instituto Bodhidharma de Artes Marciais Filosóficas. Fundou em 1983 e dirigiu a Nova Acrópole no Brasil até 2010.
O Nei Kung é uma arte marcial de caráter filosófico, com o objetivo de tornar-se uma ferramenta àquele que busca o verdadeiro Ideal Guerreiro em sua luta interior, fornecendo técnicas que auxiliam no conhecimento de si mesmo e na superação de suas debilidades.
A Organização Nova Acrópole de Curitiba em parceria com o Instituto Bodhidharma promoveu, na semana de 24 a 29 de maio, uma série de atividades em homenagem ao professor Michel Echenique Isasa, como a palestra “A Filosofia nas Artes Marciais: dicas para o cotidiano”, em que o público presente teve a oportunidade de conhecer um pouco sobre os ensinamentos das artes marciais como ferramenta para o cotidiano.
“Foi um evento muito interessante, onde pudemos entender um pouco mais do espírito guerreiro e do posicionamento marcial desde os tempos remotos. Aprendemos que a postura marcial pode ajudar a passarmos pelos problemas que enfrentamos na vida. Isso não significa que precisamos lutar literalmente, mas sim que nosso comportamento deve ser de encararmos nossas vicissitudes com decisão e coragem, mas nunca com violência ou desarmonia. A atitude correta é fundamental”, diz o praticante de Nei Kung, Álvaro Campos.
Através do Clube de Leitura, foi realizada a leitura com comentários da obra Cumes e Vales do professor Michel Echenique, que conta a história de um discípulo e seu mestre de artes marciais. Também foi realizada uma demonstração prática de Nei Kung pelos instrutores e praticantes dessa arte marcial.
“A leitura da obra Cumes e Vales de autoria do professor Michel Echenique, traz para todos, e principalmente para um artista marcial, maior entendimento da relação mestre-discípulo e o aprendizado pela observação da natureza”, comenta o praticante Milton Hartamann.
“Participar da demonstração de Nei Kung foi uma grata oportunidade de trazer um pouco do que tenho vivenciado nesses sete anos de treinos. Desde que eu iniciei na Filosofia também treino Nei Kung, e o Dojo é para mim um grande laboratório, uma forma de constatação do que escuto nas aulas e de autoconhecimento. Penso e constato que as Artes Marciais, quando usadas com a finalidade de extrair o melhor que o ser humano tem, mais além de objetivos físicos ou comerciais, são uma ferramenta muito poderosa para passar pelas dificuldades da vida. Nossa demonstração abordou um pouco este tema”, diz Pedro Melo.
Finalizando a semana de homenagens, aconteceu o Treino no Parque, atividade mensal em que os participantes têm a oportunidade de se integrar com a natureza, praticando em contato com o gramado e com o nascer do sol no Jardim Botânico de Curitiba.
“Acordar no domingo cedinho para treinar é sempre um grande desafio. E como todos os grandes desafios superados, a recompensa é sempre enriquecedora: a energia do corpo, o nascer do sol, o encontro com os irmãos de batalha, e a sensação de dever cumprido ainda antes das 10h da manhã. Somente vivenciando para saber”, diz Felipe Quadra.