O menino que começou a acreditar em Papai Noel aos 30 anos

Por Santa Catarina - Florianópolis

Aos 30 anos de idade, Carlo Paggiarin Flores confessou que acabara de começar a acreditar na figura do Papai Noel. Isso porque na infância, segundo ele, nunca esteve ligado nessas coisas. Mas, garantiu que agora está tendo a oportunidade de resgatar esse espírito, o espírito de Natal. O cenário que proporcionou essa reflexão em Carlo foi a ação social de Natal, promovida pela Nova Acrópole Florianópolis para a comunidade que frequenta a Creche Municipal Infantil Lar Feliz, em Biguaçu, na manhã do dia 17 de dezembro.

“Um dia a responsável pelo programa Távolas (para crianças) da Nova Acrópole, que eu faço parte, estava procurando alguém para ser o Papai Noel nesta ação e eu passei na frente dela. Eu nunca tinha sido Papai Noel antes. Mas, garanto que foi uma das coisas mais sérias que eu já fiz na vida. Isso porque eu não podia chegar aqui descrente, pois não passaria verdade para as crianças. Por isso, eu precisei acreditar no Papai Noel e em tudo o que ele representa. Quando eu coloquei o uniforme pela primeira vez em casa, na hora eu senti uma força diferente, algo poderoso. Essa experiência foi bem importante pra mim, pois consegui ver um mundo mais encantado e mais bonito. Sem contar que foi muito bom ver que as crianças ficaram bem felizes e que conseguimos trazer essa experiência do Natal pra elas”, contou Carlo, que estuda na Nova Acrópole há 7 anos.

Crianças da creche e do Távolas com o Papai e a Mamãe Noel

Além da distribuição de brinquedos e da contação de histórias pelo Papai e pela Mamãe Noel, as crianças e seus pais também participaram de atividades recreativas e degustaram um delicioso café da manhã, preparado com muito carinho pelos voluntários da Nova Acrópole.

A ideia de fazer uma ação de Natal na creche surgiu de Carolina Búrigo. Responsável pelo Programa Távolas de Educação Complementar para Crianças da unidade, ela contou que sentiu que seria uma experiência muito interessante para as crianças do Távolas entrarem em contato com outras crianças de outras realidades e exercitarem um pouco a generosidade, que é tão ensinada na Nova Acrópole.

“O nosso objetivo é plantar uma semente, ajudando a tirar das crianças o melhor que há dentro delas. Então, a gente pensou numa atividade em que elas pudessem não só receber, mas dar, sendo ajudantes do Papai Noel e trocando experiências com outras crianças. O Papai Noel é esse símbolo da bondade, uma figura muito forte na nossa cultura e nos inspira também como adultos a nos purificarmos. Um dia também fomos assim, e trabalhar com crianças na Nova Acrópole traz essa pureza pra gente. Essa atividade, sem dúvida, coroou o ano de exercício da filosofia para sermos um pouquinho melhores. E se eu pudesse pedir um presente pro Papai Noel, seria que todo ser humano pudesse ver no outro o melhor que ele tem e não o que o separa”, explicou Carol, que está há mais de 20 anos na Nova Acrópole como instrutora e voluntária.

Quem também estava bastante emocionada com a magia que tomou conta da atividade era Gabriela Vieira, a diretora da creche. Ela contou que há algum tempo que não ocorriam ações de voluntariado no bairro e que estava encantada com o carinho recebido.

“Foi lindo e maravilhoso hoje. Chorei e meu coração ficou acelerado e transbordando alegria. Só tenho a agradecer. Eu amo datas comemorativas e procurei trazer isso aqui para escola, para mostrar para eles a importância do significado do Natal. Aqui no bairro, faz tempo que não vejo ação de voluntariado, ainda mais como esta. Eu só quero agradecer por esta parceria e pelo carinho com todos. Foi maravilhoso ver a alegria das crianças e das famílias nesta manhã de sábado. Eu só desejo saúde e alegria para todos”,  disse Gabriela, com a voz embargada de emoção.

As Lições que Ficam

As crianças do programa Távolas da Nova Acrópole Florianópolis participaram com entusiasmo da ação e aproveitaram para contar qual presente pediriam para o Papai Noel dar ao mundo, se pudessem.

Vestida de fada Arco-íris, a estudante acropolitana Helena Búrigo, de 6 anos, falou que se sentiu muito feliz em participar da ação.

“Eu gostei muito de vir aqui hoje, de vir brincar com tantas crianças. Me senti feliz também, porque separei um brinquedo meu que eu não usava mais e dei pra uma criança que não tinha. Eu acho importante dividir as coisas. Porque se umas crianças têm brinquedo e outras não, é injusto. Se eu pudesse desejar algo pro mundo, seria amor”, disse Helena.

Vitor Ferreira, de 10 anos, conta que também se divertiu muito. “Vim doar presente pras crianças, uma atividade do Távolas que achei bem legal. Acho importante saber dividir as coisas, pra gente não ser egoísta. As pessoas não vão gostar de você se você for egoísta. Se eu pudesse desejar algo pro mundo seria paz. Também acho que tá faltando generosidade no mundo”, refletiu o pequeno Vitor.

Por fim, o estudante Caetano Kretzer, de 12 anos, destacou que gostou de fazer algo diferente. “É uma atividade pra gente fazer algo diferente, algo que a gente não faz com frequência. Nunca tinha feito isso antes e to achando divertido. Tô feliz em ver as crianças felizes. Muitas vezes minha mãe me pede pra separar coisas que não uso mais para doar e eu separo, mas nunca tinha vindo entregar os presentes pessoalmente. Eu acho importante para eu entender como é a realidade de outras pessoas e ao mesmo tempo ajudar elas dando presentes. Se eu pudesse fazer um pedido de Natal, seria que todo mundo fosse mais gentil, que não tivesse mais preconceito de nada e que todo mundo ajudasse os outros, pois é muito bom”.

Vale destacar que a ação de Natal está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) para a agenda 2030, propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais especificamente com o ODS #3 que trata de saúde e bem-estar e o ODS #10 que trata da redução das desigualdades.