Helena Blavatsky e o Lótus Branco: um legado que floresce

Por São Paulo - Ribeirão Preto

No dia 8 de maio, a Nova Acrópole Ribeirão Preto realizou uma palestra aberta ao público para homenagear a vida e o legado de Helena Blavatsky. A data marca seu falecimento, além de celebrar também o Dia do Lótus Branco, um símbolo de pureza, superação e despertar espiritual.

Mais do que uma homenagem, o encontro foi uma oportunidade para refletir sobre o impacto duradouro que essa mulher extraordinária deixou para a humanidade.

Quem foi Helena Blavatsky?

Nascida à meia-noite entre os dias 11 e 12 de agosto de 1831, Blavatsky teve uma vida marcada por mistério, coragem e busca por sabedoria. Viajou por dezenas de países em uma época em que atravessar continentes era uma missão quase impossível, especialmente para uma mulher.

Em 1851, viveu um momento decisivo: encontrou no Hyde Park, em Londres, um mestre espiritual que visitava seus sonhos desde a infância. Esse encontro silencioso selou um vínculo que guiaria suas ações dali em diante.

Logo após três tentativas, ela entrou no Tibete em 1865, onde estudou em bibliotecas milenares até 1873. Ali, então, teve acesso a ensinamentos ancestrais que moldaram sua visão de mundo e alimentaram os livros que viria a escrever.

As grandes obras de Helena Blavatsky

Posteriormente, em 1875, nos Estados Unidos, foi cofundadora da Sociedade Teosófica, instituição criada para estudar os fenômenos espirituais e promover a fraternidade universal. Contudo, Blavatsky via sua principal missão na escrita.

Entre suas obras mais marcantes estão:

Ela se via como transcritora, não autora. Sua intenção era, assim, compartilhar verdades eternas, e não propagar opiniões pessoais.

Os três pilares do pensamento de Blavatsky

Durante a palestra na Nova Acrópole, foram destacados os três grandes pilares que sustentam o pensamento de Helena Blavatsky:

1. A humanidade é uma só família

Somos irmãos e irmãs em evolução. Uma só alma em milhões de corpos.

“O Oriente é o berço da alma e nós nos esquecemos disso.” – Carl Jung

2. Todas as religiões vêm da mesma fonte

Religiões são folhas de um mesmo livro sagrado. Ler apenas uma é ignorar o todo.

“Todas as religiões verdadeiras dizem a mesma coisa: há uma realidade última além do tempo e do espaço.” – Joseph Campbell

3. O ser humano é um deus em potencial

Dentro de cada pessoa dormem forças que, quando despertas, transformam o mundo.

“Se quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração.” – Nikola Tesla

Esses pilares, do mesmo modo, inspiraram pensadores como Einstein, Ken Wilber, Gandhi, Maria Montessori, Alan Watts, e George Russell.

O simbolismo do Lótus Branco

O Dia do Lótus Branco, comemorado também em 8 de maio, tem origem budista. Ele ocorre no plenilúnio de maio, ou seja, no momento em que a lua está cheia e brilhante.

O lótus branco representa a alma humana: uma semente que se quebra, afunda na lama, enfrenta um sol intenso e floresce acima de tudo. Ao olharmos a flor de cima, vemos um sol dentro de outro – uma imagem que reflete o papel do filósofo: iluminar o mundo de dentro para fora.

Uma curiosidade é que, segundo tradições orientais, a Lua é a mãe da Terra, e o plenilúnio carrega essa ancestralidade espiritual. Portanto, esse dia celebra também todos aqueles que florescem espiritualmente e mantêm o elo inquebrantável – como pediu as últimas palavras de Helena Blavatsky.

Celebração do Dia de Helena Blavatsky e do Lótus Branco

Uma mensagem de compaixão para o nosso tempo

Ao final do evento, foi transmitida uma mensagem da professora Luzia Helena de Oliveira Echenique, diretora nacional da Nova Acrópole Brasil Área-Sul. Na ocasião, ela destacou o papel dos filósofos como despertadores de alegria.

Sua fala trouxe uma reflexão sobre o sentimento mais essencial:

“Como filósofos, despertamos e reconhecemos muitas coisas valiosas. Precisamos despertar então a compaixão.

Quando saímos pelas ruas, vemos muita miséria – mas não só de coisas físicas… Há uma miséria muito maior: a miséria da alma. Não porque as pessoas não têm alma, mas porque não a despertaram.

Precisamos nos aprofundar em nossos sentimentos para que nossas ações sejam ainda mais certeiras.

Sem fugir da dor, devemos trabalhar para oferecer nossa devoção através de uma ação pedagógica, sem medo de amar.”

Manter o elo inquebrantável como Helena Blavatsky pediu

A vida e o legado de Blavatsky continuam a florescer em corações e mentes que buscam a verdade, a união e a transformação interior.

Por isso, seus ensinamentos, simbolizados no Lótus Branco, nos convidam a despertar a alma, servir ao mundo e manter vivo o laço que une todos aqueles que trilham o caminho da sabedoria.

Convidamos a todos para se aprofundarem nesse caminho de autoconhecimento. Para saber mais sobre outras palestras realizadas pela Nova Acrópole Ribeirão Preto, consulte nossa AGENDA.