Celebração dos 476 anos de Salvador: uma jornada pelos símbolos da primeira capital do Brasil

Por Bahia - Salvador

Exposição fotográfica e palestra sobre “Salvador: Tradição, Simbologia e Filosofia

No dia 29 de março de 2025, a Nova Acrópole Salvador organizou uma exposição fotográfica especial. A mostra apresentou imagens de Salvador no passado e no futuro, permitindo ao público comparar sua evolução desde os tempos coloniais até os dias atuais.

Em seguida, aconteceu a palestra “Salvador: Tradição, Simbologia e Filosofia”, conduzida pela professora Hermínia Trindade. O objetivo foi homenagear os 476 anos da cidade e oferecer uma nova perspectiva sobre suas tradições, ligando-as ao pensamento filosófico.

Salvador: uma cidade solar, rica em símbolos e tradições

Salvador é considerada uma cidade solar. Por isso, representa a força dos inícios e da renovação. Como primeira capital do Brasil, ela abriga tradições que remontam a civilizações antigas.

Um exemplo notável é a Lavagem do Bonfim. Essa festa popular, ao unir o sagrado e o profano, lembra as antigas festas de purificação da Roma Antiga. Além disso, reforça o valor da convivência consciente, convidando as pessoas a vivenciarem a união e a espiritualidade de forma integrada.

Acarajé: alimento com significado solar

Durante a palestra, a professora Hermínia destacou o acarajé como um símbolo solar. Preparado pelas baianas com dedicação e tradição, esse alimento lembra o sol não apenas pela forma, mas também pela energia que emana.

Assim, o acarajé vai além da nutrição física. Ele carrega um significado cultural profundo. Alimentar alguém com acarajé é também transmitir vitalidade, calor humano e conexão com a ancestralidade.

Por que “soteropolitano”?

Ao final da palestra, surgiu uma pergunta que chamou atenção: por que usamos o termo “soteropolitano” para quem nasce em Salvador, e não “salvadorenho”?

Essa dúvida levou o público a refletir sobre a origem das palavras. A resposta remonta à palavra grega “soter”, que significa “salvador”. No entanto, existe uma conexão ainda mais simbólica. Em egípcio antigo, o termo “sotis” era usado para nomear a estrela Sírius, considerada sagrada.

Conexão com o sagrado feminino e a sabedoria ancestral

Na cultura egípcia, Sírius estava associada à deusa Ísis, símbolo da maternidade e do amor universal. Curiosamente, na cultura afro-brasileira, Salvador é regida por Iemanjá, uma divindade maternal que também ostenta uma estrela de cinco pontas em sua fronte.

Portanto, mesmo em contextos diferentes, há uma convergência simbólica. Ambas representam a força da grande mãe, origem e sustentação da vida. Isso revela que as tradições não surgem por acaso, mas seguem padrões universais de significado.

A busca por um olhar mais filosófico

Dessa forma, a palestra convidou todos a refletirem sobre a origem da cidade e, por extensão, de si mesmos. A professora reforçou que o nascimento de um povo não resulta apenas da mistura de culturas, mas de um chamado simbólico guiado pelas estrelas.

Para viver com propósito, é necessário desenvolver um olhar filosófico. Ou seja, é preciso ir além da rotina e cultivar a busca por conhecimento, verdade e sentido. Isso nos aproxima do todo e fortalece nossa identidade como indivíduos e como sociedade.