Com a imagem de Eros e Psique projetada na parede, simbolizando o amor despertando a alma, a instrutora Simone Palmeiro, deu início a aula aberta “A Arte de Amar”.
O evento teve lugar na noite de segunda-feira, 2 de março, na sede de São Leopoldo, da Organização Internacional Nova Acrópole – Filosofia, Cultura e Voluntariado.
Entre escritores, poetas e filósofos, Simone utilizou ideias de três grandes autores: Erich Fromm em A Arte de Amar, Khalil Gibran em O Profeta e Jorge Angel Livraga em Reflexões de um Filósofo.
“A maioria dos homens não sabe amar”, diz Erich Fromm ao caracterizar o homem moderno. Em sua obra referência, o identifica como um ser alienado de si mesmo, de seus semelhantes e da natureza; inseguro e ansioso; que vive no passado ou no futuro, nunca no presente.
O amor é uma arte? Na concepção de Fromm se o é, exige conhecimento e esforço. Nesse sentido, o processo de aprendizagem englobaria o domínio da teoria e prática. Segundo ele, o primeiro passo seria, então, tomar consciência de que o amor é uma arte, assim como a vida, e proceder da mesma forma de que quando queremos aprender qualquer outro tipo de arte, tal como a música, a pintura, a carpintaria, a medicina ou engenharia.
Observa que para desenvolver o amor maduro, sábio e responsável precisamos trabalhar em quatro dimensões essenciais: o cuidado, a responsabilidade, o respeito e o conhecimento, e não em mera necessidade.
Mas é categórico ao afirmar que o amor é a única resposta sadia e satisfatória para o problema da existência humana. Segundo o autor, existem diferentes tipos de amor: romântico, entre pais e filhos, fraterno (a todos os outros seres humanos), amor próprio e amor à Deus. “O amor é uma atividade e não um afeto passivo; é um ‘erguimento’ e não uma ‘queda’. Antes de tudo, consiste em dar e não receber.”
O Amor Leva à Totalidade
Ao falar em Gibran, a instrutora trouxe a poesia Fala-nos do Amor, onde o amor aparece de forma elevada, como nas frases: “O amor não possui nem se deixa possuir, pois o amor basta-se a si mesmo”; “Quando um de vós ama, não diga ‘Deus está no meu coração’, mas que diga antes ‘Eu estou no coração de Deus’.”
Já Jorge Angel Livraga, fundador de Nova Acrópole, define o amor como uma força natural que leva os seres humanos à sua totalidade, um “cair até Deus” num abraço apertado, realizando, numa dimensão e tamanho de cada um, o mistério universal da Unidade na pluralidade.
Na visão de Livraga “o amor apenas perdura quando existem elementos espirituais que possam mantê-lo vivo, mais além do bem, mais além do mal, mais além dos momentos de gozo e dos momentos de dor.”
Um diálogo encerrou as atividades da noite.