Espírito Olímpico: Desenvolvimento Harmônico do Ser Humano

Por Rio Grande do Sul - São Leopoldo

A sede leopoldense da Organização Internacional Nova Acrópole – Filosofia, Cultura e Voluntariado – promoveu na noite de quinta-feira, 9 de agosto, a palestra “A Dimensão Filosófica e Educativa do Olimpismo”.

Na oportunidade, o professor Ivanor Sinigaglia lembrou que as Olimpíadas tiveram início na Grécia Antiga, na cidade de Olímpia e através dos jogos desportivos os gregos buscavam a paz e a harmonia entre as cidades. Em uma época em que as guerras eram frequentes, as Olimpíadas faziam com que os conflitos fossem suspensos até o fim dos jogos. Durante a decadência do Império Romano, no entanto, os Jogos Olímpicos foram proibidos, e seu elemento motivador, não mais festejado.

O francês Pierre de Coubertin se propôs a resgatar não apenas a forma, mas o espírito dos jogos olímpicos. Por sua iniciativa, em 1894 foi realizado o Congresso Atlético Internacional, em Paris, reunindo em torno de duas mil pessoas, e constituído o Comitê Olímpico Internacional. Dois anos mais tarde realizou-se a primeira olimpíada da era moderna, na cidade grega de Atenas.

ESPÍRITO OLÍMPICO

Para Coubertin, a educação olímpica traz em si o conceito de desenvolvimento harmônico de todo ser humano – a ideia de esforçar-se para melhorar a si mesmo mediante o desempenho, ao invés de superar o outro. Além disso, trabalha princípios éticos, tais como jogar de maneira a não prejudicar os demais competidores de forma proposital, a igualdade de oportunidades e a determinação em cumprir com essas obrigações.

Outra importante característica é o conceito de paz e boa vontade entre nações, refletida no respeito e na tolerância entre as pessoas.

Segundo o professor de Nova Acrópole, encontramos no filósofo grego Platão uma associação dessas ideias. Platão concebia o processo educativo do ser humano unindo a ginástica, para a formação do caráter, e a música, para ampliar os potenciais mentais.

Coubertin considerava o movimento olímpico como uma missão educativa onde o ser humano pudesse expressar ideias nobres e altruístas, usando o corpo como forma de expressão.

Referia-se aos jogos olímpicos como a festa quadrienal da juventude de espírito, a “primavera humana”, quando se celebrava o esforço humano, possível com o desenvolvimento consciente de virtudes como disciplina, concentração, perseverança, amor e amor próprio.

Durante toda sua vida, Pierre Coubertin orientou seus princípios para os desafios sociais e políticos e fomentou ideologicamente a ideia olímpica.