De 16 a 18 de agosto de 2024, em Belo Horizonte, realizou-se o II Seminário de Tai Chi estilo Yang com o instrutor e professor da Nova Acrópole Fernando Sanchez, responsável pelo Tai Chi Bodhidharma na Nova Acrópole Brasil – Área Sul. Foi apresentado uma aula básica aos interessados em conhecer o Tai Chi, com atividades para os que já treinam a arte e com aulas mais avançadas destinadas aos instrutores da modalidade.
Na aula introdutória, foi exposto que o Tai Chi Bodhidharma, além de ser uma ginástica, uma arte marcial e uma prática da medicina chinesa, tem em sua filosofia um aspecto peculiar, que é a busca e a manutenção do equilíbrio físico, energético, emocional e mental. Essa premissa permeia todas as técnicas que são realizadas nas aulas de Tai Chi oferecidas pela Nova Acrópole, quer sejam praticadas isoladamente ou em sequência.
O professor Fernando Sanchez assim expôs: “Para nós, é fundamental trabalhar o conceito do Yin-Yang, o ‘cheio-vazio’, em que transferimos o peso do corpo de um lado para o outro. Junto com o peso vai a energia (Qi), que passa a circular de um lado a outro, e conforme ela circula, vai desobstruindo os pontos onde há estagnação de energia, restabelecendo o fluxo do Qi pelo corpo.” E complementou: “Para que a energia possa circular bem, o corpo precisa relaxar; para que ele relaxe, é necessário se manter equilibrado. Nesse sentido, checamos aquilo que chamamos de ‘postura fundamental’, alinhando nossa coluna e mantendo as conexões com o Céu e a Terra. Os movimentos são lentos para conseguir um máximo relaxamento e melhorar a circulação da energia pelos canais meridianos que percorrem todo o corpo. Há uma máxima na medicina tradicional chinesa que diz: ‘O fluxo da energia é inversamente proporcional a tensão muscular’, ou seja, se o músculo tensiona, a energia se transforma em força muscular (energia “Li”) e corre por fora, na parte mais externa do corpo, diferentemente da energia que circula dentro (energia “Jing”), que tonifica e vitaliza toda nossa estrutura interna.”
Também foram apresentados nas atividades os “exercícios de seda” que atuam no tecido conjuntivo. Este tecido é conhecido como nossa “rodovia interna”, pois envolve todas as fibras musculares do corpo, conecta cada parte do corpo com todas as demais, mantém os órgãos em seus respectivos lugares e ainda é um dos responsáveis pelo combate às inflamações e infecções no corpo. Por isso, é muito importante mantê-lo saudável, tonificado e vitalizado. Agindo sobre ele, alcançamos tendões, ligamentos, nervos e ossos e podemos perceber, sentir e massagear cada parte do nosso corpo.
Outro tema trabalhado nas aulas foram as “respirações do Chi Kung”, que também trabalham com a ideia do fluxo de energia: parte da energia que é produzida na respiração é direcionada pela mente estável e serena para algum lugar, fazendo-a circular pelo corpo, vitalizando a área destinada. A aula básica incluiu as chamadas “Oito Peças do Bordado”, uma sequência tradicional de oito exercícios de respiração; as aulas para praticantes e para instrutores trataram de temas mais complexos do Tai Chi, como o Tai Chi Shen, uma modalidade realizada com espada numa sequência de 32 movimentos.
Em 2006, o Ministério da Saúde do Brasil reconheceu o Tai Chi como uma prática da Medicina Tradicional Chinesa. A Escola de Medicina de Harvard apontou numa publicação que “O Tai Chi é conhecido como meditação em movimento, mas bem poderia ser chamado de medicação em movimento”.