Voluntários da Nova Acrópole Savassi produzem brinquedos Torres de Hanói em oficina de marcenaria

Por Minas Gerais - Belo Horizonte - Savassi

O grupo de voluntariado da Nova Acrópole Savassi realiza em sua sede oficinas de marcenaria. Durante alguns dos encontros do ano de 2024, foram produzidas Torres de Hanói, com a proposta de que os brinquedos fossem posteriormente doados a instituições apoiadas pela Nova Acrópole.

A atividade buscou construir brinquedos a partir de objetos simples, com as ferramentas e os materiais disponíveis na marcenaria da escola, e que fossem divertidos e, ao mesmo tempo, contribuíssem para o desenvolvimento de habilidades matemáticas como raciocínio, lógica, memória, atenção e estratégia nas crianças.

O projeto foi um desafio para os voluntários, já que alguns não conheciam o brinquedo e tiveram que desenvolver habilidades para a sua confecção, o que exigiu deles muita paciência, precisão, atenção, além de trabalho em equipe.

A Torre de Hanói, também conhecida por Torre de Bramanismo ou quebra-cabeças do fim do mundo, foi inventada e vendida como brinquedo no ano de 1883, pelo matemático francês Édouard Lucas. O matemático foi inspirado por uma lenda hindu. Diz a lenda que quando Brahma criou o Universo, construiu um templo para demarcar seu centro e, embaixo de sua cúpula, colocou uma placa de bronze, com três hastes de diamante. Em uma dessas hastes, Brahma colocou 64 discos feitos do mais puro ouro que existia, de forma que o disco maior ficasse sobre a placa de bronze e os outros decrescendo até chegar ao topo. Havia um monge responsável para cada disco de ouro. A missão dos monges era transportar os discos de uma haste para outra, usando a  terceira como auxiliar, respeitando duas regras universais: transportar um disco de cada vez; nunca colocar um disco maior em cima de um menor. Os monges deveriam trabalhar com eficiência noite e dia e, quando terminassem o trabalho, o templo seria transformado em pó e o mundo acabaria. 

A Torre de Hanói como conhecemos hoje é composta por uma base, onde estão afixados três pequenos bastões em posição vertical, e cinco ou mais discos de diâmetros decrescentes, perfurados ao centro, que se encaixam nos bastões. A torre é formada então pelos discos empilhados no bastão de uma das extremidades, que será chamada de casa A. O objetivo do jogo é transportar a torre para a casa C, usando a casa intermediária, chamada casa B, seguindo as mesmas regras universais da Torre de Brahma.

Após a confecção das torres, os voluntários foram convidados a praticar o jogo e consideraram muito interessante, além de o momento ter proporcionado muitas reflexões filosóficas.

Depois de confeccionar 10 torres e aprender a jogar, o grupo se propôs a realizar uma oficina com os adolescentes de 13 a 17 anos, que frequentam o curso de filosofia para adolescentes na Nova Acrópole Savassi, denominado Janos. A oficina foi um momento de aprendizado para os jovens e os adultos. Os adolescentes que participaram da atividade desenvolveram rapidamente as habilidades para solucionar o jogo, inclusive mais rápido que os adultos, demonstrando que uma mente que não se limita por padrões autoimpostos pode alcançar grandes feitos. A proposta é que, em um terceiro momento, as peças produzidas sejam doadas a diferentes instituições apoiadas pela Nova Acrópole.

A voluntária Jacqueline Oliveira falou sobre a experiência: “Desenvolver o projeto Torre de Hanói proporcionou a oportunidade de vencer desafios. Entender o processo da marcenaria e os materiais necessários foi um passo importante para ousarmos projetos futuros. O jogo segue padrões que nos possibilitaram fazer várias reflexões em equipe. Dentre elas, a de que sempre existe um caminho direto, sem desvios, para chegar ao objetivo. Entretanto, mesmo se errarmos, ainda existirá uma maneira de voltar para o caminho mais direto.”

Por ser um jogo aparentemente simples, mas não tão simples na execução, os voluntários o apelidaram “Torre da Humildade”, porque todos se renderam a ideia de que nem tudo que é simples é fácil.

A atividade realizada se alinha com o ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável) da agenda da ONU para 2030, mas precisamente ao ODS#4 que prevê assegurar a educação inclusiva e equitativa e de qualidade e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.