Na noite de 24 de junho aconteceu o segundo dia do Ciclo de Palestras Pierre de Coubertin, um evento promovido pela Escola do Esporte com o Coração, a Nova Acrópole Brasil e o Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin, e que teve como tema “A Mulher no Esporte”.
Participaram da mesa redonda, mediada por Jerusa Garay, os professores Erika Kalvelage, Coordenadora da Escola do Esporte com o Coração do Estado de São Paulo; Sara Fantin, Coordenadora Nacional da Escola do Esporte com o Coração; e Ricardo Vela, Coordenador Nacional da Escola do Esporte, além de membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin e do Centro Latino de Estudos Coubertianos.
O ciclo de palestras ganhou este nome em homenagem ao pedagogo e historiador criador das Olimpíadas da era moderna, Pierre de Coubertin, que buscou resgatar o espírito olímpico e seu ideal de promoção da fraternidade universal entre os seres humanos através da prática esportiva inspirada na Grécia Antiga, origem de tais jogos.
Durante a roda de conversa, a professora Sara Fantin ressaltou que, assim como na Grécia Antiga, nos primórdios das olimpíadas modernas não havia participação das mulheres em nenhuma modalidade esportiva. Apesar da infinidade de diferenças entre os dois contextos históricos, ambos eram marcados pela crença de que homens e mulheres estariam aptos ou não para exercer determinadas atividades, como no caso da prática esportiva, de acordo com uma consideração genérica que se atinha ao fato de serem homens ou mulheres, desconsiderando as aptidões dos indivíduos em si.
Um grande expoente da inserção das mulheres nos jogos olímpicos modernos foi Alice Milliat que, segundo Ricardo Vela, criou a Federação Feminina Esportiva Internacional, que promovia campeonatos voltados para o atletismo feminino e foi decisiva na luta pela inclusão da participação feminina nos jogos olímpicos. Alice Milliat lutou e conquistou que as mulheres pudessem participar deste sonho olímpico junto aos homens, nos mesmos eventos, para que pudessem oferecer o seu esforço e caminhar também através da expressão esportiva em direção ao ideal de humanidade.
Por fim, o diálogo foi encerrado com um apelo para que tratemos de dar nossa contribuição, levando a história humana um passinho a mais rumo à fraternidade universal, seja através das práticas esportivas ou através de outros meios. “Apesar de ser evidente que temos muito a caminhar, se cada um, mesmo com todas as suas limitações, começar a agir no mundo buscando se apoiar no que nos aproxima em vez do que nos afasta dos demais seres humanos, com certeza ainda não seremos perfeitos, mas teremos contribuído para nos aproximar do ideal promovido pelo espírito olímpico, pela união dos seres humanos e o fim de qualquer preconceito, inclusive entre os sexos”. E claro, se puderem fazer isto também através de práticas esportivas, melhor ainda. Pois além de saúde, energia e bem-estar, certamente seremos cidadãos melhores e mais participativos.