Agonia e Êxtase foram palavras utilizadas por Paco (Francisco Iglesias) – Diretor Internacional da Escola do Esporte com o Coração da Nova Acrópole – na cerimônia de abertura dos jogos, lembrando a todos que os dias subsequentes seriam terríveis para o corpo e maravilhosos para a alma! E assim foi! Nestes dias de jogos todos os presentes tiveram a oportunidade de presenciar momentos de força, de luta, de superação de marcas, de cansaço, de dores físicas… Vários atletas mostravam que seus corpos entregavam tudo o que tinham (e talvez um pouco mais) e uma grande agonia, para que suas almas chegassem ao êxtase da Vitória!
O penúltimo dia da II Olimpíada Internacional do Voluntariado transcorreu com alegria, torcida e muita emoção, já que foi o dia das finais do voleibol e do jogos de futebol, ambos contando com equipes mistas. Também ocorreram as provas masculinas e femininas de lançamento de dardo e revezamento de corrida 4×400 m.
A noite ingressou com as cerimônias de premiação aos atletas medalhistas, e seguiu-se com a bela “Cerimônia de Purificação do Estádio” na qual apagam-se todas as luzes do local e o grupo de Juízes e Senadores Olímpicos corre ao redor do mesmo portando a tocha, que vai sendo passada de mão em mão em um flamejante movimento circular ao qual assistem das arquibancadas, todos os atletas, voluntários e público em geral.
Ao final da mesma, Francisco Iglesias proferiu algumas palavras:
“O fogo olímpico deve ser capaz de iluminar nossa alma; esse fogo que cada um irá levar aos seus países. O mundo está um pouquinho escuro, por isso necessita de seres humanos ‘tochas’, generosos, que se oferecem para iluminar o mundo. Vou contar um segredo: quanto mais fogo se dá, mais fogo se tem! Areté!”
Logo após, todos se encaminharam para o momento das palestras: primeiro com o professor Nelson Todt, que reuniu um representante de cada língua ali presente (português, inglês, espanhol, russo, alemão, checo, hebraico) e realizou a apresentação da tradução para cada uma dessas línguas, de trechos do texto “kalokagathia: compreendendo a ética olímpica em termos da bela vontade” da professora Heathrow Reid. Texto este que foi disponibilizado na íntegra para todos os atletas em suas línguas nativas a partir deste trabalho de colaboração entre o Todt e atletas bilíngues.
Na sequência ocorreu a palestra do professor Ricardo Vela – Diretor Nacional da Escola do Esporte com o Coração da Nova Acrópole e membro do Comitê Brasileiro Pierre de Coubertin -, que tratou sobre os hinos olímpicos, a figura do herói olímpico e de Olímpia, capital grega dos jogos antigos, que segundo ele, pode ser vivenciada como um estado elevado de consciência. Lembrou a todos que a palavra herói vem de Eros, o Deus grego do Amor; logo o herói é aquele que aprendeu a amar e que oferece amor em todos os seus atos.
“Há que aprender a amar. Nossa força está em aprender a caminhar juntos. Se nos afastamos do amor, nos afastamos do heroísmo.”
Afirmou o esforço de toda a organização da II Olimpíada Internacional do Voluntariado para que ali, naquele local, pudesse ser vivenciada uma Nova Olímpia, ou seja, o lugar ideal para o acontecimento dos jogos, com a plena manifestação dos valores do Olimpismo, criado pelo filósofo, pedagogo e atleta Pierre de Coubertin: “se estamos em Olímpia é porque estamos entre gente valente e generosa, caçadores de momentos de eternidade”, disse.
Acompanhe mais alguns depoimentos de atletas medalhistas:
“Fico muito emocionado porque foi um esforço muito grande para todos da minha equipe chegarem até aqui. Estar aqui é algo muito importante para nós, é uma alegria enorme. Todos estamos muito felizes de termos participado, porque apesar de não sermos atletas profissionais, despertamos o fogo olímpico dentro de nós, e isso nos ajuda a desenvolver potencialidades em nós mesmos. Muito obrigada a todos os atletas do Brasil e a todos os voluntários que fizeram isso possível.“ Rafael Weber, atleta boliviano, medalhista de bronze no lançamento de disco, e participante no 4×100 m, no vôlei e no futebol.
“O que mais me marcou foi o sentimento de união entre todos os atletas, mesmo que sejam de diferentes países, ao final todos falam uma língua só. Dar o meu melhor e ver outros atletas dando o seu melhor é muito emocionante”, diz Anderson Dutra, brasileiro ganhador de seis medalhas de ouro nas diferentes modalidades da piscina, e prata no futebol.
“Minha grande vitória foi interna e emocional, pois cheguei ao estádio e vi que havia esquecido meu material, então precisei voltar para buscá-lo e quando retornei, a competição já havia começado, e não pude participar da prova de lançamento de disco, mas me mantive calma, concentrada e mantive o espírito olímpico. Toda essa situação mostrou que posso ser mais forte do que normalmente sou; foram experiências muito positivas. Eu não venci a competição, mas venci minha competição interna. Há tempos atrás fui praticante profissional de esportes nas modalidades de lançamento de peso e lançamento de dardo e sonhei em ir aos jogos olímpicos, mas não imaginava que vir a esses jogos olímpicos de Nova Acrópole pudessem me trazer tanta felicidade.” Galina é atleta russa e participou das competições de lançamento de peso.
“Foi uma experiência incrível, onde pudemos ter um vislumbre de um mundo fraterno e sem fronteiras. Onde cada ser humano busca seu melhor internamente, e seu reflexo externo. Onde o ser humano seja valorizado por quem é e não pela cor da camisa que utiliza. Em todos os momentos pudemos ver muito Aretê! Em resumo, pudemos ver o sonho de Pierre de Coubertin resgatado com homens e mulheres vivendo o verdadeiro espírito olímpico 24 horas por dia. Então sim, este sonho é possível! E somente é possível se sonharmos juntos, unidos!” Gustavo Ribas Subkowiak foi ouro em lançamento de peso, prata em lançamento de disco e no futebol.