Esses foram recortes de falas dos professores Márcio Cecconello, Renata Bernardino e Catarina Gonzaga que ministraram em parceria o ciclo de minipalestras: “Filosofia da Arte e Filosofia de Vida”, uma atividade muito rica e que ocorreu durante parte da manhã do dia 9 de setembro, manhã esta que teve seu início bem cedo, às 6h15, com a recepção do primeiro raio de Sol da Primavera.
É fato que ainda não estamos na Primavera, apenas no dia 23 de setembro irá ocorrer seu equinócio. Conforme a etimologia da palavra, equinócio faz referência no latim como aequinoctium, sobre a união de: aequus, interpretado como igual; e noctis, que indica a noite (também pode ser observado na forma latina nox), que significa “igual noite”. Assim, os equinócios são os períodos do ano em que a noite é igual ao dia, ocorrendo nos períodos de transição do inverno para a primavera e do verão para o outono.
Mesmo que antecipadamente, tratou-se de um momento propício para exaltar o aspecto observativo e contemplativo da natureza, suas estações e ciclos. Nova Acrópole, como escola de filosofia, busca criar momentos simbólicos, belos e reflexivos, oportunizando reflexões como: “O que nós seres humanos vamos poder deixar para trás para que floresça a Primavera em nosso interior?”.
A tarde foi dedicada às oficinas “Composição de Haicai”, “Balé Clássico” e “Introdução ao Teatro”. “Ao cair da noite, houve a apresentação da esquete teatral “A oficina do diabo” de Machado de Assis e a leitura de três contos selecionados, que participaram do VIII Concurso Nacional de Contos Filosóficos, sobre quais a professora Luzia Helena de Oliveira Echenique trouxe reflexões. Em suas palavras:
“Como filósofos, não podemos esquecer que somos seres humanos que possuímos a escrita como um exercício de expansão da mente. Transmitir em palavras, em expressões cada vez mais profundas, que podem tocar outros seres humanos, já que os contos tem a capacidade de nos transladar para outros ambientes, de trazer fortes imagens que toquem o coração do outro.”
O Concerto “O Mito da Eterna Estação” com texto de Marcelo Silveira, roteiro e direção musical de Márcio Cecconello foi um convite à aproximação dos ciclos através de um encadeamento de músicas que despertassem os afetos relacionados às estações. O espetáculo busca contar o mito grego de Perséfone através de uma obra que integra música e poesia, no qual as palavras cumprem o papel narrativo e a música cria a atmosfera propícia para o mesmo.
“No primeiro momento a ideia foi executar um mergulho numa vivência interior de sentimentos que se remetessem às 4 estações; não necessariamente as 4 estações de Vivaldi que é a obra mais emblemática, pois foram usadas também peças musicais de Max Richter (compositor inglês que escreveu a obra “Vivaldi Rocomposed”) e outros compositores do período barroco como G.B.Lully. A concepção de transformar esse roteiro em dança só ocorreu quando vi a escultura do Bernini ‘O rapto de Perséfone’ que expressa muito movimento. Então escrevi um roteiro para ser dançado”, relata Márcio Cecconello.
Nesta oportunidade “O Mito da Eterna Estação” foi apresentado em versão pocket, apenas com música e poesia, mas no princípio de junho de 2023 estreou em sua versão completa com a atuação de atores, músicos e bailarinos. Márcio relembra ainda que “o Instituto Tristan visa resgatar a integração das artes e suas diversas expressões em um única mensagem artística, o que gera um impacto profundo na plateia e vai de encontro ao desejo de resgatar um pouco do que ocorria nas tragédias gregas.”
E para encerrar o dia, um belíssimo baile com a temática Celta, no qual ocorreram apresentações de danças tradicionais dessa cultura, seguido pelo convite para que todos os presentes pudessem dançar juntos em roda. O resultado foi uma grande festa, repleta de saltos, giros e uma grande alegria.