Quinta-feira, dia 7 de setembro, em São Francisco Xavier (Distrito de São José dos Campos/SP), sede da Organização Internacional Nova Acrópole do Brasil – área Sul, dá-se início à Festa da Primavera 2023. Esse evento, totalmente dedicado às artes musaicas (poesia, música, dança e teatro), com duração de quatro dias, segue com uma programação intensa e variada, entre palestras, oficinas, ateliês e apresentações artísticas.
Às 14h de um lindo, caloroso e solar dia, o Coral Euterpe, com música e dança, abriu o evento com muito entusiasmo. A professora Luzia Helena de Oliveira Echenique (Diretora da Nova Acrópole Brasil – área Sul) deu as boas vindas a todos os participantes remontando a antigas tradições, à cultura greco-romana, que em seus anos de ouro sempre se preparava cerimonialmente para receber a Primavera, essa estação repleta de vida, renascimento e floresceres diversos.
Rememorando o Deus grego Apolo e sua contraparte, o Deus Dionísio, a professora sugeriu um exercício de inspiração de volta à antiguidade clássica: “Imaginemos que estamos em Delfos para receber a Primavera”. Na cidade grega de Delfos, berço do santuário dedicado ao Deus Apolo, estava o Oráculo de Delfos, que era consultado por políticos e estadistas para tomarem as mais importantes decisões. Essa cidade, por sua importância mística e mágica, era reverenciada por todo o mundo como o centro do Universo.
Narra-se que no frontão do templo estava contida a frase: “Conhece-te a ti mesmo e conhecerás os Deuses e o Universo”, escrito esse que buscava ensinar a todo ser humano a importância de buscar se conhecer para tornar-se melhor. A frase também mostrava aos que se aproximavam do frontão que, como seres humanos, fazemos parte da natureza, e portanto, isso reflete suas leis em uma menor escala, como um microcosmos.
A programação seguiu com a palestra “Estética como disciplina de vida”, com o professor Marcelo Silveira, que tratou sobre conceitos como: o fazer e a comunicação artística; os arquétipo da beleza, da pureza, da verdade; e as indissociáveis ética e estética.
À inspiradora aula, seguiu-se a oficina de canto com os integrantes do Coral Euterpe, que oportunizou a todos conhecer seus naipes musicais e participar ativamente do canto coral.
Ao decorrer da tarde houve a encenação da esquete teatral “Bhagavad Gita”, inspirada no épico indiano de mesmo nome, narrativo da epopeia de Arjuna, o herói Pandava que orientado por seu Mestre Krishna, deve lutar para vencer uma guerra contra seus maiores inimigos, o exército dos Kuravas, que nada mais são que seus próprios defeitos e imperfeições, aos quais deve buscar combater com afinco na longa jornada da guerra interior.
Para encerrar e abrilhantar a noite, a atriz Beth Zalcman encenou o monólogo “A Voz do Silêncio”, belo espetáculo teatral que conta com direção de Luiz Antônio Rocha e texto de Lúcia Helena Galvão. Na sequência ocorreu um bate-papo entre a atriz Beth Zalcman, o diretor Luiz Antônio Rocha, a professora Luzia Helena de Oliveira Echenique e toda a plateia que fez perguntas sobre a encenação, sobre a atuação e a construção da personagem.
Segundo as palavras da atriz: “É uma experiência muito intensa encarnar essa personagem, exige muita entrega. Sensação da entrega, de entregar tudo… Eu não posso entregar um pouco, porque Blavatsky não foi uma pessoa pequena. É uma expansão tão grande para poder caber essa personagem dentro e fora de mim! São boas experiências físicas, mentais e espirituais.”