O que é a Vitória? Estar no pódio ou ser tocado pelas asas da Deusa Niké?

Por Nova Acrópole Brasil

Nesta II Olimpíada Internacional do Voluntariado, assim como é próprio de um evento com caráter filosófico/desportivo, no qual consta uma programação com palestras e competições de diversas modalidades, muitas reflexões vem sendo feitas, conexões sendo tecidas e ensinamentos profundos tem sido assimilados por seus participantes.

Um curioso acontecimento é que dois temas em especial, com palestrantes de regiões diametralmente opostas, por coincidência ou não, foram capazes de tocar em assuntos muito semelhantes, tecendo um interessante diálogo entre si.

Estas foram as palestras da professora Luzia Helena de Oliveira Echenique – Diretora da Nova Acrópole Brasil – área Sul, e do professor israelense Or Shafrir – Diretor da Escola do Esporte com Coração da Nova Acrópole de Israel.

A professora Luzia Helena em sua palestra dissertou sobre o tema “Moral de Vitória em um discípulo atleta”, convocando a ideia de Niké (Deusa Grega da Vitória), trabalhando ideias como o germinar na consciência do sentido da LUTA interna, da batalha consigo mesmo. Em nunca dar-se por vencido, em buscar superar o medo de si mesmo (de fracassar, do desconhecido, do incontrolável que está em cada um de nós, entre outros).

“Perseverança e constância!” afirmou a professora, “é preciso colocar ritmo na vida sem se cansar; é preciso alcançar pequenos triunfos diariamente.”

Já o professor Or Shafrir tratou sobre “A Importância das Cerimônias Olímpicas” e iniciou perguntando ao público presente: “Por que se fazem cerimônias?”. Segundo ele, tal celebração ajuda a elevar internamente a todos os que dela participam. E novamente questiona: “Como acontecem as cerimônias?” E responde que acontecem com ritmo, ordem, movimentos ensaiados para que seja inspiração de algo mais interno nos seres humanos, sendo capaz de deixar uma marca, como uma cápsula de memórias invisíveis e profundas nos corações dos que dela participam.

Todos sabemos que assim são as cerimônias de abertura dos jogos olímpicos ou as cerimônias de premiação e pódio, que deixam nossos corações flamejantes e emocionados mesmo que as vejamos apenas pelo televisor. E encerra sua fala de forma muito semelhante às palavras da professora Luzia Helena, dizendo que

“há que caminhar passo a passo para avançar em direção à Vitória, e esta muitas vezes não será apenas a medalha, mas a superação de si mesmo, de suas próprias marcas e da compreensão interna de valores olímpicos.”

Ambos abordaram o esporte a partir do âmbito do desenvolvimento humano, dando foco não apenas às medalhas, mas ao ser humano como peça chave de qualquer competição desportiva. Também mencionaram a ideia da Vitória como uma caminhada gradual, progressiva e ritmada em direção a algo bem definido e traçado. Citando a professora Luzia Helena: “O que é Vitória? Estar no pódio ou ser tocado pelas asas da Deusa Niké?”

As provas continuaram em seu quinto dia com entusiasmo nas provas de atletismo com 800 m (feminino e masculino), revezamento 4×100 m (masculino). Nas piscinas foi a vez do nado livre e nos salões as finais do tênis de mesa. As competições de vôlei seguiram com as quartas de finais.

A noite foi dedicada ao último “Pentatlo das Musas”, estando em foco a música e sua musa Euterpe e também Polímnia, musa dos hinos e das sacras cerimônias. Para os gregos, a música era mais do que um conjunto de sons, tratava-se das Artes Musaicas ou das Musas, personagens que eram capazes de elevar os estados de consciência. Neste âmbito desportivo, à Olímpia, que é um estado da alma!