A Organização Internacional Nova Acrópole – sede Zona Oeste, realizou nos dias 10 e 11 de agosto, duas palestras em homenagem a Pierre de Coubertin.
Na primeira palestra, o prof. Lucas Penna trouxe um pouco da história dos jogos olímpicos da antiguidade, sua importância para a confraternização das pessoas, o significado de alguns de seus símbolos e a influência de Pierre de Coubertin para resgatar o espírito da disputa esportiva entre nações.
Durante a palestra, intitulada Olimpíadas – a União dos Povos através do Esporte, foi possível conhecer que o evento foi originado como uma forma de diminuir os conflitos entre as cidades-estados da Grécia antiga e eram realizados na cidade de Olímpia, em homenagem ao deus grego Zeus, por ser justamente o local onde ele teria vencido o titã Cronos, representação arcaica do tempo.
Com a interrupção dos jogos em 776 d.C., o mundo teve que esperar pela iniciativa de um homem que entendesse com clareza a importância dos jogos e recuperasse o seu valor para a humanidade. Este foi o historiador e pedagogo francês, Pierre de Frédy, também conhecido como Barão de Coubertin. E desde o ano de 1896, a cada novo ciclo de quatro anos, temos os Jogos Olímpicos da Era Moderna, do qual as modalidades foram sendo alteradas com o passar dos anos.
Durante as Olimpíadas, os gregos declaravam uma trégua universal, evitando que qualquer conflito pudesse atrapalhar os jogos, algo que reflete bem o espírito olímpico.
Os vencedores não ganhavam objetos de valor, mas “apenas” uma coroa de ramos de oliveira, uma vez que o maior prêmio possível era a glória de terem vencido a si mesmos e representado o seu povo.
O Comitê Olímpico Internacional (COI), criou a medalha Pierre de Coubertin, que é concedida apenas àqueles atletas que demonstram verdadeiro espírito olímpico; o mesmo homem que também idealizou a bandeira do jogos com o fundo branco em referência a paz entre os povos e os cinco anéis coloridos, como representação dos cinco continentes.
Na noite do dia 11 de agosto, a profa. Erika Kalvelage deu início a sua palestra sobre O Valor do Esporte na Educação, propondo ao público presente refletir sobre o que é a educação e, para tanto, abordou a visão de três grandes filósofos: Platão, Aristóteles e Plotino.
Segundo ela, “para Platão é preciso realizar a educação tanto das emoções como do corpo, para que o homem possa expressar de forma verdadeira quem realmente é”. Portanto, para o discípulo de Sócrates, os meios para alcançar essa educação seriam a música e a ginástica, porém, quando o mesmo refere-se a música, não fala apenas de uma arte, mas sim de todas as artes das musas mitológicas, e quando refere-se a ginástica, fala da capacidade do homem de dominar os seus instintos e controlar suas emoções.
“Já para Aristóteles, o educador precisa conectar-se ao educando para passar o ensinamento. É preciso dar sentido ao que está sendo ensinado. Todo ser humano busca o bem e sempre busca por uma finalidade, e esta deve ser a realização do que está em seu interior, muito além da conquista do mais fácil e mais confortável no momento, e isso somente será possível pela observação de si mesmo e o cultivo das virtudes de forma consciente”, continua.
E segue: “Por fim, para Plotino, dois são os movimentos necessários na arte de educar, seriam eles: aprender a contemplar a beleza, para assim entrar em contato com o mundo das ideias (mundo das formas perfeitas) e depois organizar no mundo da matéria aquilo que foi captado do mundo ideal, gerando assim um processo consciente de aperfeiçoamento constante do ser humano”, finaliza.
Foi falado também que o esporte existe como uma possiblidade de refletir no mundo quem nós somos, e que isso nos dá a possibilidade de acertar e errar, e perceber que o treinamento é capaz de nos conduzir à excelência, uma vez que todo êxito sobre uma dificuldade externa torna-se, em verdade, uma vitória de valor interno.