
No dia 22 de março, a Nova Acrópole Teresópolis promoveu o curso “Dramaturgia no Egito Antigo”, ministrado pelo professor Pedro Guimarães. A proposta foi ir além da abordagem histórica tradicional e oferecer uma visão filosófica sobre o papel da arte dramática em uma das civilizações mais antigas e enigmáticas da humanidade.
Teatro no Egito Antigo: mito ou realidade?
O curso partiu de uma questão central: teria existido, de fato, uma forma de teatro no Egito Antigo? Mais do que uma simples discussão terminológica, a investigação analisou mitos fundamentais da cultura egípcia, como o de Osíris, Ísis e Hórus. Além disso, o estudo incluiu documentos históricos como o Papiro Ramasseum, a Estela Metternich e registros do Templo de Edfu. Todos esses elementos, portanto, indicam formas arquetípicas de encenação, carregadas de simbolismo e espiritualidade.
O teatro moderno é uma versão degradada da arte sagrada?
Embora o conceito moderno de teatro seja voltado principalmente para o entretenimento, os participantes foram convidados a refletir sobre a hipótese inversa. Talvez o teatro, como o conhecemos hoje, seja apenas uma versão degradada de uma arte que, originalmente, era sagrada. No Egito Antigo, a arte dramática estava presente nos templos e festivais e funcionava como um caminho para acessar os mistérios da existência e da alma humana.
De acordo com o professor Pedro Guimarães, estudar civilizações antigas é essencial, pois nos ajuda a compreender uma visão mais elevada do ser humano e da sociedade. Para ele, o Egito Antigo integrava conhecimento, moral e beleza em todos os aspectos da vida, incluindo a expressão dramática.
Egito Antigo: elementos teatrais nas cerimônias egípcias
Outro ponto importante abordado no curso foi a existência de elementos teatrais nas cerimônias egípcias. Entre eles, destacam-se:
- Uso de figurinos e máscaras
- Música e dança
- Fala ritualizada
- Indicações cênicas
No entanto, ao contrário do teatro moderno, essas manifestações não tinham como objetivo o mero espetáculo. Em vez disso, buscavam a vivência de princípios universais e a renovação espiritual. Isso se evidenciava especialmente nos mistérios de Osíris, que simbolizavam a jornada da alma rumo à elevação e transcendência.
O resgate da sabedoria das civilizações antigas
Além do aprofundamento no conteúdo histórico e filosófico, o curso reforçou a importância de estudar as civilizações do passado sem o viés da modernidade. Dessa forma, é possível compreender melhor sua lógica própria, linguagem simbólica e cosmovisão.
Por fim, a Nova Acrópole, como escola de filosofia à maneira clássica, valoriza o resgate da sabedoria ancestral. Assim, reconhece que essas civilizações deixaram não apenas técnicas e arte, mas também valores e ensinamentos atemporais. Esses princípios, sem dúvida, continuam essenciais para a construção de um mundo mais justo, belo e consciente.