Batman Begins

10984572_863900773689579_6193393388277153132_nUma série de filmes inspirados por histórias em quadrinhos de super-heróis criados em meados do século XX tem aparecido em nossas telas nos últimos dias. Em diferentes graus de profundidade, esses filmes expõe em certa medida a busca humana de superar seus próprios limites.

Batman Begins, filme que pertence a uma trilogia criada pelo diretor Christopher Nolan, conhecido por obras de temas psicológicos como Memento (2000) e A Origem (2010), recria nessa ocasião Bruce Wayne e sua jornada para se transformar em Batman, um super-herói e salvar a cidade da liga da morte, um grupo terrorista que destruiu cidades inteiras desde o início dos tempos. Como um homem muda o mundo? É a questão do personagem principal, que descobre que só se consegue quando nós lutamos por um ideal maior do que nós.

Além dos efeitos especiais e grandes batalhas próprias do estilo de Hollywood, o filme sutilmente mostra a profunda relação entre o herói e o medo. Também abordando a temática em outros filmes, nos mostra o medo como motor de impulso da superação de nossas próprias limitações, como aquele que nos últimos momentos nos permite alcançar a melhor versão de nós mesmos, despertando uma atitude de valor perante a vida. Quem anda de mãos dadas com o medo e caminha com ele, quem se torna amigo de seus medos, despertando a coragem na adversidade, consegue o melhor aliado para si, pois desenvolve o talento necessário para enfrentar as provas da vida, com disposição para mudar e aprender.

Em quase todos os sistemas simbólicos do povo antigo a imagem do herói e suas façanhas aparecem como um modelo atemporal necessário para a humanidade. Teseu, Ulisses, Perseu, Hércules são apenas alguns exemplos do mundo grego, onde o personagem se depara com várias batalhas, provações e desafios. No final de sua jornada, sempre se descobre em um nível diferente, porque sua natureza mudou, e como sempre encontrou valores e habilidades dentro de si que nunca pensou que tinha.

O mais importante tanto no filme como no herói, é a busca do ideal de justiça e verdade acima de tudo, pois esse é sempre o motor que impulsiona a experiência de suas provas, tornando-se um modelo ético de valores atemporais.

No mundo de hoje, cada vez mais desprovido de atitudes heroicas e corajosas aos desafios da vida, órfãos de vivências dos ideais éticos que nos inspiram a uma mudança interior, voltam mais uma vez mais os modelos atemporais dos herói e suas jornadas transformadoras. Será que vamos ser capazes de ler nas entrelinhas e transformá-los em fonte de inspiração para as nossas experiências diárias? Espero que sim.