Carpe Diem: Viva o Presente

Por Rio Grande do Sul - São Leopoldo

Carpe diem, quam minimum crédulo póstero, a frase em latim, escrita por Horácio Flaco (65 a.C – 8 a.C), cujo significado – aproveita o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã – continua despertando atenção, o que motivou a realização de uma aula aberta no dia 30 de janeiro.

O encontro que aconteceu na sede de São Leopoldo da Organização Internacional Nova Acrópole – Filosofia, Cultura e Voluntariado – dialogou sobre a importância de fazer escolhas conscientes frente ao desafio de conjugar a vida individual com a vida coletiva.

A instrutora Bárbara Klimiuk Sinigaglia definiu o século XXI como cheio de desafios, resgatando o significado da mitologia de Janus (associada ao mês de janeiro), que possui duas faces – uma jovem e outra velha. “Enquanto a face jovem lança-se no desafio de construir algo novo e melhor, a velha faz uso de sua bagagem e experiência”.

Falou também sobre o símbolo “anões sobre os ombros de gigantes”, associado ao ser humano idealista, usado nas escolas filosóficas medievais, que transmite a ideia do pequeno, mas ousado, que se apoia na gigantesca história da humanidade.

Atenção plena

Viver o presente significa agir hoje aproveitando a bagagem do passado, ou seja, usar a atenção plena, como enfatiza a filosofia budista. “A falta de atenção plena leva a perda das experiências, ao seu não aproveitamento”. Segundo Bárbara, experiências baseadas na atenção plena levam ao discernimento. Nesse sentido, podemos falar em carpe diem como ter atenção plena ao que é digno e vale a pena no dia de hoje, ao fazermos escolhas.

No desafio de conjugar, de harmonizar vida individual com vida coletiva, nasce o cidadão com responsabilidade social.

Ver a vida em nós e a nossa volta

A instrutora falou também sobre Epicurismo e Estoicismo. A primeira, uma forma filosófica voltada para o viver de forma digna (renda, alimentação, experiências e amizades). Visa a realização de uma vida bela, de concórdia, com alegria de viver. Já a segunda, possui um traço mais político – organiza a sociedade e faz dar certo, gerando o bem comum.

Podemos então combinar ambas dentro da ideia de carpe diem, destaca Bárbara. Ou seja, viver dignamente, construindo o coletivo. “Ao invés de viver alienado por padrões mentais de estresse, crítica e insatisfação, ter a capacidade de ver e maravilhar-se com a vida em nós e no nosso entorno, todos os dias”, conclui.