Para chegar ao êxito, além da necessidade de adotar certos hábitos, a capacidade de tomar decisões é um dos fatores decisivos. Decidir é escolher; e escolher é crítico porque implica risco. Por outro lado, tomar decisões nos confronta com a solidão, o medo e o preconceito da culpa, pois cremos que seremos considerados culpados se tudo der errado. Nas sociedades incultas, o erro é punido até com condenação à morte ou prisão, não havendo uma distinção entre erro e culpa. Culpa é dolo, errar é humano. Na sociedade moderna, geralmente “os justos pagam pelos pecadores”, principalmente porque se pensa que ninguém sabe ou saberá quando uma pessoa age conscientemente de forma injusta. Para além de qualquer juízo de valor, tudo isso sepulta a tomada de decisões, e elas são adiadas porque em muitos casos podem comprometer. A questão é que decisão e escolha estão além das circunstâncias, sejam quais forem, porque ambas possuem relação direta com a evolução. A capacidade de tomar decisões se aperfeiçoa quando há experiência e os trabalhos realizados têm a ver com a vocação. Mas, mesmo assim, o processo da tomada de decisões continua sendo complexo, já que nos confronta com a solidão. E, ainda que possamos estar rodeados de gente por todos os lados, no momento de fazer escolhas perdemos algo, embora possamos também ganhar alguma coisa. Esse instante se caracteriza porque a partir dele algo está sendo criado. E aqui a vocação tem um papel fundamental, pois desenvolve a imaginação como poder criativo, que permite canalizar a vontade de decidir, em função da necessidade de dar continuidade à nossa obra ou plano de trabalho. O que mais facilita a tomada de decisões, embora isso não seja fácil, é o fato de que quando as ações são realizadas por vocação ela está embutida num processo de criação das condições para conquistar o êxito, o que, em definitivo, permite achar o canal das decisões num movimento sinérgico. E então não nos sentimos tão sozinhos e encontramos forças para viver e assumir nossos riscos. Afinal, como diz o ditado popular, “quem não arrisca não petisca”.
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