Sábios da antigüidade, como Apolodoro, Aristóteles, Platão e Plotino, referem-se às obras de Dédalo como dotadas de visão, prodigiosa mobilidade e inclusive de palavra. Diz-se que esse grande artista unia com sua arte o espírito vivo do universo à matéria física.
Em um fragmento da Bíblia, Abraham diz: “Os ídolos não entendem nada”. O que se supõe que deveriam entender?
Abraham rompe a idéia dos ídolos para que o homem não caia na idolatria, quer dizer, não confunda as aparências com a realidade. Também Maomé os destrói ao comprovar que seu povo havia caído na adoração de formas vazias.
Segundo o insólito testemunho do arqueólogo francês do século passado G. Maspero, as estátuas egípcias “estavam animadas, moviam-se, não em sentido metafórico, mas realmente. Não é possível duvidar de que, ao menos em Tebas, nos tempos da XIX Dinastia e seguintes, as estátuas de Amón faziam verdadeiros prodígios”.
Em tempos mais recentes, os romanos, que estavam no Egito, descreveram a estátua cantante do Memnón. Percebiam sons musicais quando os raios do sol nascente iluminavam sua cabeça.
No ano 130 de nossa era, o imperador romano Adriano escutou esse monumento certa manhã, e ouviu os sons por três vezes. Septímio Severo (193-211) também pôde ouvir a estátua “cantar” no momento da aurora. Entretanto, depois de ser submetida a reparações, seus sons musicais cessaram.
O mais famoso texto de magia medieval, o Picatrix, explica que, segundo os coptos, Hermes construiu no oriente do Egito uma cidade, no interior da qual se erguia um edifício com quatro portas, segundo os quatro pontos cardeais. Cada uma delas estava custodiada pela imagem de um animal: uma águia, um touro, um leão e um cão. Nessas imagens introduziu uns espíritos, de maneira que falavam quando se aproximavam delas; ouviam vozes horríssonas e ninguém se atrevia a se aproximar se não tinha sua expressa permissão.
As representações desses custódios ou moradores do umbral aparecem em numerosos templos do Oriente. Na China, por exemplo, conhecia-se a arte do Khawai-shub, por meio do qual, supostamente uma estátua era induzida à vida para servir a seu criador.
Segundo as lendas gregas, Hefestos, o “ferreiro do Olimpo”, construiu duas estátuas de ouro que pareciam jovens mulheres vivas. Podiam mover-se por si mesmas e se apressavam a correr ao lado do deus para ajudá-lo em seu passeio. Garcilaso de la Vega relata que os incas possuíam uma estátua, no vale do Rimac, “que falava e dava respostas às perguntas, como o oráculo de Apolo em Delfos”.