Armandina Lucila Aurora Dupin, romancista francesa 1804 – 1876, é sem duvida uma mulher controvertida; vestida de homem no Bairro Latino de Paris, numa época em que algo assim era quase um crime; divorciada; amante de Chopin; tudo transgrediu e tudo desfrutou.
Seu rosto, tipo jupteriano, elemento terra, transmite retidão, força vital, idealismo, constância. Sabe, na vida que escolheu, ganhar o respeito de quem a rodeia. Nela predomina um nível afetivo, a sensibilidade e a receptividade.
A testa, ampliada e arredondada, indica poder de abstração, forte lógica, firmeza, controle do que a rodeia. É seletiva com o que lhe é oferecido, de grande poder conceitual e receptividade, idealista, e se sente atraída pela arte. Sua mente é aberta como bem o proclama sua vida; é intuitiva, egoísta, tende a explorar aos que a rodeiam. Nela predomina o inconsciente, mas há um controle posterior dos instintos.
Nos olhos e sobrancelhas vemos afetividade e sentimentalismo. Aparece a sensualidade, que vamos encontrar indefectivelmente no resto dos seus traços. Sua inteligência é superior e ativa, também é astuta, as vezes maliciosa; aguda, com grande profundidade de juízo. Uma certa tendência à preguiça e uma certa ingenuidade. O ego é muito forte, e seu estilo de relação muito direto.
O longo nariz é próprio do domínio do intelecto. Pela segunda vez sensualidade e egoísmo. É firme, como diz a testa, dominadora, e de juízo muito claro.
Suas bochechas denotam placidez frente aos difíceis momentos da vida, simplicidade nos seus atos vitais, e, pela terceira vez, sensualidade.
Que marca de forma agressiva na boca, além de uma grande afetividade, fidelidade, honradez e firmeza. É reflexiva, serena, sagaz em suas conclusões. É sarcástica, e de novo maliciosa e astuta. Às vezes pode ser desenfreada em suas paixões. É enérgica, jovial, cheia de vivacidade.
No queixo, e pela quinta vez, vemos a mulher sensual, que viveu seus sentidos plenamente, sem as inibições próprias da sua puritana época, graças a seu forte espírito, sua tenacidade e seu instinto de luta. Não entanto, embaixo de tudo isso subjaz o amor a tranqüilidade, por isso talvez seus anos mais felizes foram os seis que viveu em Mallorca cuidando maternalmente de Frederico Chopin que estava muito doente. Tem inibições, que sabemos lhe transmitiu sua avó e os anos que esteve reclusa num convento, mas as compensou amplamente com seu dinamismo.
Sob a severa imagem do quadro de Auguste Charpentier encontramos uma mulher extraordinariamente complexa, e, por isso fascinante.