Para se produzir 1 quilo de arroz são necessários 1900 litros de água.
Gastamos 3900 litros de água para obter 1 quilo de carne de frango e cerca de 5800 litros para 1 quilo de carne de gado.
Esses são alguns exemplos que nos fazem pensar no uso racional de todos os recursos terrestres.
Mas sempre foi assim? Sempre se fez uso dessa quantidade, no caso, de líquido tão precioso? Seria mesmo a água um recurso inesgotável, considerando seu ciclo natural?
Atualmente, em termos de reservas hídricas, o Brasil é o país mais rico do planeta Terra, dispondo de 13,7% de toda água doce, além de ter a maior área úmida continental do planeta, formando o nosso Pantanal e as mais extensas florestas alagáveis na Amazônia.
Por exemplo: para produzir 33m³ por segundo de água tratada, uma estação como o Guaraú, no município de São Paulo, gasta em média 10 toneladas de cloro, 45 toneladas de sulfato de alumínio e mais 16 toneladas de cal – por dia.
São produtos químicos, substâncias lançadas na água com a finalidade de tratá-la, mas que no final, irão se depositar ou adsorver em outros meios, (lodo, organismos, micro sólidos), alterando a qualidade de vários ciclos naturais ou não.
Além disso, 83% das indústrias paulistanas jogam nos rios toda a sujeira que produzem. E pasmem, 23% da água carissimamente tratada e paga, é consumida pelas indústrias do município. Pior, a nível nacional, 55,51% da população não tem água encanada nem saneamento básico. É assustador, não é?
Sempre ouvimos falar que a água se repõe dentro do seu ciclo natural, simplisticamente, nos estados: liquido – gasoso – líquido, sem contar com as reservas sólidas (geleiras), as subterrâneas e as contidas entre e nos intersólidos diversos. Mas a sua qualidade? É alterada? Qual a relação com a qualidade de vida do ser humano ou mesmo dos alimentos produzidos?
Segundo recente trabalho da pesquisadora Márcia Dias – “Qualidade da Água e Desempenho de Bovinos” – Informe Técnico/MACAL Nutrição Animal-MS – www. macal. com.br, “proximidade de rios e lagos conduz as atividades agrícolas e pecuárias, dependentes do suprimento desse líquido; ela, a água, representa cerda de 50% a 80% do peso vivo dos animais, estando envolvida em vários processos fisiológicos, desde a capacidade de ingestão de alimentos, influindo no crescimento, na lactação, na capacidade reprodutiva, no desempenho pastoril e conseqüentemente no seu valor econômico, ressaltando-se que os bovinos suportam qualidade de água pior, em relação ao ser humano”. Mas tal ressalva não deve ser entendida como uma grande vantagem. Afinal o homem elegeu como seu principal e mais procurado alimento, o de origem animal.
Por sua vez, os animais em seu pastejo afetam marcadamente a qualidade da água dos cursos hídricos mais próximos e mais distantes,. Os criames em confinamento afetam ainda mais drasticamente a qualidade da água, visto a superpopulação de animais, em espaços cada vez menores e com bebedouros ainda menores, no caso, aumentando a concentração dos elementos dissolvidos pelo volume do líquido, assim disponível.
Nos dois casos, práticas adequadas de manejo serão apontadas nos primeiros itens dos cuidados e nas preocupações dos técnicos, das empresas e instituições. Conhecimentos das mais adequadas concentrações de minerais e da presença de organismos patógenos ou não, devem fazer parte nos quadros avaliativos desses criatórios.
Quanto mais limpa a fonte d’água ou mais adequada a sua qualidade, maior será o desempenho do animal criado. Vale também para os artificialmente criados e para nós dependentes seres humanos.
O mundo, a Terra é um enorme criatório.
O sucesso ou não depende de nós.
Blog